quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

“Paulo Câmara faz governo muito omisso, ao contrário de Eduardo Campos, que fez gestão transformadora”, afirma Raquel Lyra


A voz firme da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), é um elemento importante no perfil político dela. O tom é tranquilo e o conteúdo, de mulher qualificada, preparada. Como presidente do partido, ela está percorrendo as regiões de Pernambuco, na condição de possível candidata ao governo do estado. O discurso é focado, de uma política que sabe com precisão aonde quer chegar. Integrante do time do então governador Eduardo Campos (PSB), a tucana bate com delicadeza, porém com força, na gestão Paulo Câmara e pode se tonar o nome mais combativo para quebrar a hegemonia socialista, desde 2007, no palácio das Princesas. 

O intitulado “Movimento Levanta Pernambuco”, coordenado por Raquel Lyra, está articulando e somando apoios de políticos locais e ouvindo lideranças e a população, em municípios estratégicos


Recentemente em Surubim, conversou com nossa reportagem e disse que o governo Paulo Câmara é o pior da história e o chamou de omisso. “Não sou eu, na verdade, que qualifica esse governo como o pior da nossa história, é a população de Pernambuco. Esse governo é muito omisso. Aonde quer que a gente vá, em qualquer região, a omissão no enfrentamento dos problemas reais da vida do povo é muito clara. E a gente tem o aprofundamento disso, ao longo do tempo, porque uma omissão de um ano é absolutamente escusável, mas uma omissão de sete anos, com obras tão relevantes para população, como a questão da água, que precisa ser enfrentada, do saneamento básico, da infraestrutura. Então, não sou eu que estou taxando, não. Quem registra como o pior governo de Pernambuco sendo este, é o próprio povo de Pernambuco”, dispara.

A possível candidatura ao palácio das Princesas da prefeita de Caruaru tem semelhança com a eleição de um ex-prefeito do Recife ao governo do estado. Jarbas Vasconcelos era aliado do então governador Miguel Arraes (PSB), mas rompeu, trocou de partido (foi para PMDB) e venceu, impedindo a reeleição do desafeto, com apoio da direita, e governou o estado por duas vezes. Da mesma forma, Raquel Lyra, deixou o ninho socialista e busca voo próprio com os tucanos e apoio de lideranças como o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), e da deputada estadual Priscila Krause (ex-Dem). 

Pode somar o voto dos eleitores do PT que defendem o nome da deputada federal Marília Arraes (PT), e que terá a candidatura ao governo rifada pela segunda vez, por barganha do PSB pelo apoio ao ex-presidente Lula ao Planalto. Nada a impede, inclusive, da tucana conquistar parte dos que elegeram os socialistas, mas que não depende da máquina pública, perceba fadiga na gestão do PSB com 16 anos no comando do estado, e opte pela normal alternância de poder.  

'SEM TAPINHA NAS': A prefeita deixa claro que não só foi integrante da equipe do governo Eduardo Campo, como é defensora do modelo de gestão implantado na ocasião, o qual chama de ‘transformador’. Ao contrário, frisa que o governo Paulo Câmara “gasta muito com propaganda”, mas não é conectado com a realidade do quotidiano das pessoas. “O PSB que existe hoje em Pernambuco e o governo que tem hoje, não é o governo que a gente viu lá trás, do qual inclusive eu oportunidade de participar, como secretária de estado, de Criança e Juventude, como deputada estadual, como procuradora-chefe do apoio Jurídico ao governador Eduardo Campos, por quatro anos. Esse governo que hoje tá aí não representa aquele governo transformador, inovador, que sabia da vida das pessoas e conseguia transformá-la. Existia lá trás, uma estratégia de desenvolvimento para nosso estado, Pernambuco figurava como líder do Nordeste. Nós perdemos esse título, ao longo do tempo, porque o poder pelo poder não gera desenvolvimento. O governo consome muito de propaganda de televisão, mas quando a gente vai pra vida real da população a gente vê que é muito diferente. O Pernambuco da vida real tem se mostrado bem desafiador. E no processo eleitoral do ano que vem, e eu falo como presidente estadual do PSDB e participante do grupo de oposição, não ‘vamo tá’ conversando com o eleitor, independentemente de quem seja o candidato, tapinha nas costas. Isso aí o povo não aceita mais”, destaca.


"NÚMEROS CONSTRAGEDORES":
Com o pé na estrada, a presidente do PSDB segue até dezembro percorrendo as regiões do estado, liderando o “Movimento Levanta Pernambuco”. O time para se verificar o potencial do nome dela e traçar novas estratégias para o pleito estadual. “O movimento Levanta Pernambuco não vai indicar nome, vai construir um projeto coletivamente com as lideranças política, mas sobretudo, com a população, os segmentos da nossa economia, ouvindo a todas as regiões de desenvolvimento do nosso estado, e construir um projeto de desenvolvimento que seja sustentável, que permita Pernambuco a voltar a ser líder do Nordeste. Hoje, a gente tem números constrangedores, no que diz respeito à geração de oportunidades, a gente passou a ser um dos últimos do Brasil na capacidade de atrair novos empreendimentos. E a gente só vai conseguir sair da crise, se a gente tiver estratégia clara para geração de emprego, renda, mas sobretudo, de sonho e de esperança para o nosso povo. E tem que ter estratégia clara, não adianta achar que um sorriso no rosto resolve isso ou propaganda na televisão. Então, o movimento Levanta Pernambuco não fala em sobrenomes, fala sore o nosso Pernambuco da vida real. E, no ano que vem, um conjunto de forças políticas irá indicar um nome que vai representar esse projeto, e com isso, vai dialogar com a esperança do povo de Pernambuco. Então, o nome vai ficar para o ano que vem, não agora”, completa.

Fotos: divulgação / redes sociais.
Da Redação, Alberico Cassiano.