Ao contrário da prefeita reeleita de Surubim Ana Célia Farias(PSB), que iniciou o ano com emprego certo até 2024 e salário garantido na conta bancária pelos próximos 48 meses, os funcionários contratados pela prefeitura começaram 2021 desempregados.
Com o término da primeira gestão, em dezembro de 2020, todos foram automaticamente exonerados. De acordo com apuração da nossa reportagem, que ouviu alguns dos afetados pela medida, "em reserva", ''havia a promessa de que os funcionários que 'chegaram junto' da prefeita durante a campanha, deveriam aguardar em casa que seriam reconvocados por meio de um telefonema".
Passados quase dois meses do segundo governo, "só que as pessoas continuaram aguardando, e até hoje, algumas ainda aguardam, com a expectativa de voltar porque fizeram parte do grupo político, fez parte da campanha, trabalharam os quatro anos da gestão, mas até agora não foram colocados novamente".
Os cortes de funcionários teriam afetado sobretudo as pastas da Ação Social, Educação e Saúde. Não se tem dados oficiais, mas estima-se que o número de atingidos pelo desemprego gire na casa das centenas.
"Só os funcionários essenciais para manter a máquina pública funcionando e de setores estratégicos ficaram trabalhando direto de uma gestão para outra. Passaram quase um mês trabalhando de maneira informal, mas já tiveram a situação regularizada".
"Mas muito contratado ainda está de fora, muito mesmo, não são poucos não. Um ou outro, voltou a trabalhar. Assistência Social, quase todos ainda estão de fora. Saúde, funciona o essencial. Só estão chamando o que está precisando mesmo, de extrema necessidade."
"Alguns professores contratados vão ficar de fora, porque os professores efetivos, que estavam à disposição, em outros municípios, mas o prefeito perdeu, vão voltar para a rede municipal de Surubim".
"Mas soube que vão começar a chamar mais alguns agora no final de fevereiro, começo de março".
O desemprego e a expectativa por uma possível volta ao batente tem causado aflição. Com quase dois meses sem renda, o bolso aperta e a preocupação toma conta.
"As pessoas estão com medo de entrar em depressão, estão ansiosas, esperando o celular chamar, e nada".
"Tem muita gente que balançou a bandeira e não foi chamada. Estava trabalhando, acabou o contrato e não foi renovado".
"Estão sentindo falta do salário, a situação vai apertando, as contas vão atrasando, o armário fica vazio... as pessoas que não votaram ficam decepcionadas".
Como alternativa para tentar voltar, muitos estão pedindo apoio aos vereadores da base para intercederem. Outros, fazem peregrinação na casa da prefeita ou no gabinete, na tentativa de tentar pedir o emprego de volta.
Ainda nos bastidores, afirma-se que o número de contratados deve sofrer ajustes e ser reduzido nesta segunda gestão. Além de excluir "os contra" deve-se considerar que a máquina da primeira gestão estaria inchada, sobretudo no último ano.
"Havia, por exemplo setores com seis digitadores. Hoje, o mesmo trabalho vai ser feito por, no máximo três pessoas."
"Eu recebi o telefonema, graças a Deus voltei a trabalhar". Mas o que seria motivo de alívio, para alguns, estaria vindo acompanhado de assédio moral.
Diante do quadro óbvio de poucos recontratados, os que conseguem o emprego de volta estariam "sendo constrangidos, com ameaça de demissão".
OUTRO LADO - nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura de Surubim, por meio da Assessoria de Imprensa, por diversas vezes, mas não recebemos respostas dos questionamentos enviados.
Foto: Arquivo / Divulgação Prefeitura
Da Redação, Alberico Cassiano.