terça-feira, 14 de março de 2017

SURUBIM: "Em apenas 40 dias, Ana Célia gastou R$ 11 milhões ou 13% do orçamento anual do Município, sem licitação, driblando a Lei", diz vereador Vavá


O vereador da bancada de oposição, Josivaldo da Silva, ou dr. Vavá (PDT), ingressou com uma representação no Ministério Público contra a prefeita de Surubim,  Ana Célia Cabral (PSB) por ter efetuado compras, sem licitação, com valores superiores a  R$ 11 milhões, em um período de 40 dias. De acordo com o texto da representação, “ consta no Diário Oficial, um verdadeiro festival de dispensa de licitações em valores astronômicos, com visível afronta à Lei”.

“Ana Célia driblou toda Lei de Licitações, alegou um estado de calamidade que não existia, para não fazer concorrência pública.  A legislação exige uma série de critérios, para dispensa, que não foram considerados. Em apenas 40 dias de gestão, Ana Célia gastou mais de R$ 11 milhões, o que representa cerca de 13% do orçamento anual do Município. Nenhum outro prefeito gastou tanto em tão pouco tempo, sem fazer licitação”, afirma.


O vereador afirma que os valores foram distribuídos entre sete empresas, contratadas em apenas três datas (9 de janeiro, 17 de janeiro e 10 de fevereiro). “Dessas sete empresas só duas são de Surubim, uma gráfica e um posto de gasolina. As outras cinco são empresas de fora, que não geram nenhum emprego aqui na cidade. Suspeito que os donos sejam amigos da prefeita, tem muita coisa estranha nisso tudo. Por exemplo, se havia máquinas quebradas, o correto seria consertá-las. Mas Ana Célia preferiu contratar máquinas de uma empresa de engenharia para fazer serviços em Surubim, no valor de R$ 1,1 milhão. Comprou ainda R$ 2,6  milhões em alimentos, sem concorrência, quando a Lei diz que passou de R$ 8 mil tem que licitar”, disse.

Dr. Vavá faz ainda um balanço crítico aos pouco mais de dois meses da gestão da socialista e dispara criticas para equipe. “Ana Célia ainda não disse a que veio. No começo, foi na periferia com alguns secretários, mas foi a outras comunidades depois? Disse que ia pagar 100% dos ônibus dos universitários, mas está pagando? Prometeu empregos ao povo de Surubim, mas a equipe é de fora. Os secretários são de fora. Ela também não aproveita a mão-de-obra local nos demais cargos, nas equipes das secretarias. O secretario de saúde é de Cumaru e a equipe dele é toda de fora. Janeiro teve vinte dias úteis, mas o secretário de defesa social só trabalhou nove dias aqui na cidade. O genro, que não tem experiência alguma, ser nomeado secretário de Finanças é um grande absurdo. Já o secretário de agricultura não manda em nada”, opina.


O vereador também critica a articulação política da prefeita e o que chama de inversão de papeis. “Surubim tem polo de carnaval no Jucá, mas o diretor de Turismo foi para Salvador e voltou na terça-feira. O carnaval do Jucá foi comandado pelo vereador Nailton, o que é uma inversão total de papéis. A articulação política é um fracasso. O secretário não tem habilidade, força, inserção local, enfim, não tem liderança alguma. Agora, já que nomeou o genro, um parente em primeiro grau, para o primeiro escalão, poderia ter colocado o ‘primeiro-damo’, porque pelo menos, Biu Farias é articulado”, ironiza.

POSITIVO – para não frisar apenas os aspectos que considera negativos na gestão, dr. Vavá destaca que considera boa a atuação de três secretários. “Sim, há aspectos positivos. As secretárias Fernanda Leal [Juventude] , Penélope Andrade [Desenvolvimento Social] e o secretário João Filho [Educação] estão se dedicando, fazendo um bom trabalho. Os demais, são marionetes”, comenta.

De acordo com o vereador Vavá, a partir da notificação do Ministério Público, a prefeita Ana Célia Cabral tem dez dias para apresentar defesa justificando as dispensas de licitação.





Da Redação.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

30 ANOS DEPOIS: O assassinato do advogado, líder sindical e vereador Evandro Cavalcanti, o crime de maior repercussão da história política de Surubim


Alberico Cassiano


Surubim nunca viveu uma manhã tão conturbada quanto a do sábado, 21 de fevereiro de 1987, dia da movimentada feira da cidade.

O advogado Evandro Cavalcanti seguia a pé para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde, religiosamente, todos os sábados, atendia aos produtores rurais que precisavam de apoio jurídico. Seguia acompanhado da mulher, Jucilete, e pela filha Andréa, de apenas 11 anos.

No sindicato, cerca de trinta posseiros das fazendas Umari e Cruzeiro da Caiana, duas áreas de conflito, o aguardavam. Evandro Cavancanti iria anunciar aos agricultores que tinha conquistado, na Justiça, o direito à posse das terras da Fazenda Umari. Mas não teve chance. No meio do caminho, tinha uma Brasília branca e três homens armados.

"Doutor Evandro", teria dito, de acordo com testemunhas, um deles, se aproximando do advogado.

"Diga companheiro", foram essas as últimas palavras ditas por Evandro Cavalcanti, que mal se virou para olhar,  e foi imediatamente atingido por oito tiros, praticamente à queima roupa. Morreu no local, na avenida Oscar Loureiro, uma das mais movimentadas da cidade.

"Eles ainda passaram na brasília, em marcha lenta, como se quisessem ter certeza da morte dele", declarou em depoimento, a esposa Jucilete Cavalcanti.

Ainda em depoimento, 'Leta', como é chamada, declarou que " Evandro atuava em duas ações contra os proprietários das fazendas Umari e Cruzeiro da Caiana, e apesar de todas as ameças, não demonstrava medo e nunca andou armado ", declarou.

CULPADOS - os fazendeiros Charles Guerra de Farias e José do Rêgo Neto, e um amigo deles, Severino Sinval Leal de Farias foram apontados como os mandantes do assassinato.

De acordo com as investigações policiais, os soldados da PM da Paraíba Francisco Rodrigues de Souza, o 'Trovão', Betânio Carneiro dos Santos, e o PM reformado Valdeci Benício de Sá, de Campina Grande, foram contratados para executar o crime. Foram presos e condenados a 18 anos de prisão.

Os agenciadores também foram presos. Domingos Gonçalves, o 'Domingão', de Limoeiro, foi julgado em 1993, mas em dezembro de 1997, estava em liberdade condicional, aos 68 anos. O ex PM Gildo Soares foi julgado em 1998, também condenado a 18 anos de prisão, conseguiu liberdade condicional anos depois.

Já Severino Sinval conseguiu habeas corpus e ficou em liberdade. Morreu de doença degenerativa no Recife. Os fazendeiros Charles Guerra de Farias e José do Rêgo Neto foram condenados à revelia e nunca foram presos, eram considerados foragidos, mas acabaram sendo assassinados longe de Surubim.

"Jamais temi iniciativas arrojadas"


Evandro Cavalcanti se definia como um homem de esquerda. Era admirador de Sartre e de Fidel Castro. Nasceu em Surubim, no dia 12 de março de de 1949. A personalidade forte se revelou logo cedo.

"Já na escola, com cinco anos, ele brincava de fazer discurso e as freiras ficavam escutando. Quando foi crescendo, logo percebemos que ele tinha a mais forte personalidade entre os nove irmãos. Tinha facilidade em expor o que pensava, defendia suas ideias e sempre foi muito determinado", afirma a irmã e também advogada Nelma Cavalcanti.

Formado em Direito, advogou para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Surubim. Atuava como advogado de quatorze sindicatos nos municípios do polo. Assegurou, na Justiça, o direito a posse da terra aos agricultores da fazenda Tabu, a primeira área desapropriada pelo Incra no agreste pernambucano para fins de reforma agrária.

"Depois vieram outras áreas, a exemplo das fazendas Caiçara e Jundiaí, em Orobó, fazenda Salgadinho, Pá que vira, em Bom Jardim, e finalmente, Caiana e Umari de Casinhas, sua última batalha. Evandro incomodava muita gente. Ele trouxe vitalidade ao movimento sindical, mobilizou e resgatou a autoestima do homem do campo", lembra o sindicalista Israel Crispin.

Evandro Cavalcanti ingressou na vida pública em 1974, quando participou ativamente da fundação do MDB em Surubim e da campanha de Marcos Freire para o senado.

Foi o segundo vereador mais votado nas eleições gerais de 1982. Teve o mandato voltado para defesa das causas populares, sobretudo pelas questões agrárias.

"Durante toda a minha vida pública, neste município, meu compromisso é com a luta popular. estou consciente que valorizei os votos que foram dados a mim. Jamais temi iniciativas arrojadas. É hora destes tecnocratas aprenderem uma lição muito simples: a de que o povo é sábio. Somente ele, o povo, sabe melhor do que ninguém resolver os seus graves problemas que, na maioria das vezes, requer as mais simples medidas possíveis", afirmou Evandro em discurso na Câmara de Vereadores de Surubim.

 Em 1976, disputou a prefeitura e, embora não tenha conseguido se eleger, obteve 46% dos votos. Em 1986, candidatou-se a deputado estadual e teve quase dez mil votos.

Além da mulher, Evandro deixou quatro filhos: Andréa, Marcela, Luís Neto e Fidel.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais vai lembrar os 30 anos da morte do advogado e sindicalista Evandro Cavalcanti, com uma missa na fazenda Tabu, celebrada por mais de vinte padres, no próximo dia 23.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

SURUBIM: Aves silvestres são comercializadas livremente na 'feira do troca'


O comércio de aves silvestres funciona livremente no local conhecido como a 'feira do troca' de Surubim, logo nas primeiras horas da manhã de sábado.

Embora seja o dia da maior feira, bem ampla e diversificada, o comércio dos animais não passa desapercebido.

Ao longe, é possível identificar o espaço específico, pela quantidade de gaiolas expostas à venda.

Por conta da movimentação intensa, o local ganhou até nome próprio, e é conhecido como 'a feira de passarinhos'.

Por lá, não e difícil encontrar pássaros característicos da Caatinga, a exemplo de galos de campina e canários. Alguns espremidos e com sinais de maus tratos.

De acordo com frequentadores, também é possível encontrar, 'dependendo do sábado', azulão, bigode, sabiá, patativa, pintassilgo, entre outros.

Além de provocar o sofrimento nos animais, a comercialização deles causa desequilíbrio ecológico e coloca as espécies em ameaça de extinção.












Da Redação.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

'Bancas' de jogo conhecido por 'bozó ou caipira' funcionam livremente, no Centro de Surubim


Um banco de feira, o dono da banca, um 'assistente', um 'taboleiro' com seis bichos, três dados. Está armado o 'bozó' ou o 'caipira', como é chamada a modalidade de 'jogo de aposta', que funciona livremente em Surubim.

Nos dias de feira, o movimento é maior. Os bancos ficam cercados de apostadores.

"São seis bichos: avestruz, águia, burro, borboleta, cachorro e cabra. A gente aposta, casa o dinheiro e pronto, o dono da banca mexe os três dados, 'bate o cambuco', e aí pronto, se arrisca a sorte", resume um apostador.

O 'assistente', nesse tipo de jogo, é conhecida popularmente como 'tapia', ou o encarregado por armar e desarmar a banca, mas também por atrair apostadores, 'fingindo' ser um deles e estar levando a melhor nas rodadas.

"Não sei se os daqui tem. Mas dizem... dizem né?...que o 'tapia', nesse tipo de jogo, é empregado do dono, entendeu? Ele fica com dinheiro na mão, gritando, eita, peguei outra! Ganhei! Aí muita gente que passa vê aquela 'festa' toda aí joga", diz um pequeno comerciante, que observa a banca perto do local de trabalho.

"Eles sabem que esse jogo é ilegal, mas mesmo assim isso funciona aqui, livre. Entre 8h e 9h da manha, no dia de feira, fica cheio. E não sei como é isso aqui não", afirma uma comerciante. 

Outro apostador reconhece que, na maioria das vezes, quem aposta, quase sempre, não leva a melhor.

"A gente joga porque gosta mesmo. Mas quem joga perde mais do que ganha, mas é assim, a vantagem é sempre 'pro' dono da banca", lamenta outro apostador.





Da Redação.

domingo, 1 de janeiro de 2017

É HOJE O DIA ! Agora são quatro anos para a primeira prefeita da história de Surubim trabalhar


Neste primeiro de janeiro, Surubim vai tornar impressa uma página inédita de sua história. Só após 88 anos de emancipação, o destino do Município fica nas mãos de uma mulher: Ana Célia Cabral de Farias (PSB) .

Até o dia 31 de dezembro de 2020, a assistente social terá nas mãos responsabilidade de segurar a caneta que assina decisões que mexem com a vida de todos os habitantes de Surubim, e determina o destino do município.

A prefeita mostra-se preparada. Foram três tentativas para tornar realidade o sonho de governar Surubim. Nunca pensou em desistir. Durante mais de uma década, trabalhou e se preparou nos governos de dois dos maiores líderes políticos da história de Pernambuco: Miguel Arraes e Eduardo Campos. Na bagagem, traz o social de Arraes, melhorado pelo modelo de gestão estratégica, implantado por Eduardo.


"É claro que não dá para resolver todos os problemas de Surubim em quatro anos, eu tenho consciência disso. mas podem ter certeza que eu vou trabalhar muito para que Surubim seja um lugar melhor de se viver. Os secretários vão ter meta e vão ser cobrados. Não vamos fazer gestão de gabinete, a gente vai pra rua, olhar olho no olho das pessoas, ouvir as demandas, principalmente as dos mais carentes. Nós temos disposição e somos articulados, vamos fazer as coisas acontecer porque isso é que interessa ao povo", disse, confiante, para nossa reportagem.

Recentemente, a prefeita anunciou os nomes dos secretários municipais que vão ajudá-la a governar. 

A programação da posse, inclui uma missa, às 11h. À tarde, acontece a posse, na Câmara de Vereadores, quando os novos parlamentares, a prefeita e o vice assumem, oficialmente. Em seguida, Ana Célia e Guilherme Nóbrega seguem para a Prefeitura, para assinar o temo de posse, no antigo livro assinado por todos eleitos para o Executivo. É quando "a chave do Palácio Monsenhor Luís Ferreira Lima' é entregue. A chave da Prefeitura será entregue pelo relações públicas Roberto Pessoa.

(*) HISTÓRICO COM OS PREFEITOS DE SURUBIM :


1928 - 1930 : Dídimo Carneiro da Cunha (o primeiro prefeito foi deposto  pela Revolução de 1930)

Interventores  (Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas)
- Paulo da Mota Silveira 
- Severino Gumercindo de (dr.) Azevedo (médico)
- 1933 : Luiz Gonzaga Barbosa Falcão.
- 1934 : José Henrique de Paiva

* 1935: Paulo da Mota Silveira (eleito mas não assumiu o mandato porque o TRE impugnou varias seções eleitorais).

Almirante Antônio Heráclio (provisório) 

Fev 1937 - Nov 1937 : Paulo da Mota Silveira (eleito novamente em eleições complementares, mas sofreu intervenção do golpe de 1937, de Getúlio Vargas)   

1937 - 1945 - Nelson Barbosa 

1947 - 1951 -  Euclides Valença Mota


1951 - 1955 - almirante Antônio Heráclio do Rêgo 

1955 - 1958 - Jáder Heráclio do Rêgo (renunciou no exercício do cargo)

1958 - 1959 - Antônio Bento da Silva (vice de Jáder Heráclio) 

1959 - 1963 : monsenhor Luís Ferreira Lima (padre Ferreira)

1963 - 1969 - Nelson Barbosa 

1969 - 1970 : monsenhor Luís Ferreira Lima (padre Ferreira) seria prefeito até 1973, mas se elegeu deputado estadual.


1970 - 1973 : Mário Henrique de Farias (vice do padre)
1973 - 1977 : Dídimo Gonçalves Guerra 

1977 - 1981 : Antônio Barros

1982 - 1988 : José Arruda

1989 - 1992 : Humberto da Mota Barbosa

1993 - 1996 : Murilo Barbosa

1997 - 2000 : José Arruda

2001 - 2004 : Humberto da Mota Barbosa

2005 - 2008 : Flávio Edno da Nóbrega
2009 - 2012 : Flávio Edno da Nóbrega

2013 - 2016 : Túlio Vieira 

2017 - 2020 : Ana Célia Cabral de Farias.
  

(*) com informações de:
Revista do Cinquentenário, Prefeitura de Surubim, Antônio Barros, setembro de 1978; 
Livro : Surubim - a história de todos os tempos, professor Luís Antônio Medeiros, editado em setembro de 2007.

Da Redação.