Exercer o direito de ir e vir não tem sido uma tarefa fácil para os moradores de sete ruas do bairro Santo Antônio, conhecido como Cascão. É que a avenida principal que corta a localidade e para onde essas sete ruas convergem, está interditada ou bloqueada irregularmente.
Assim, para quem mora nas ruas Maria Santana Negreiro, Alice Maria França, José Cláudio da Costa, Etelvina Maria Saraiva, João Vicente de Lima, Severino Cardoso de Arruda e Joana Eliza do Nascimento, no loteamento São Tirso III, atividades rotineiras simples como visitar um amigo em uma rua próxima, ou precisar ir ao comércio do Centro da cidade, podem ter as distâncias bem ampliadas por conta da interrupção da avenida.
De acordo com os moradores, na planta do loteamento, a via consta como avenida. A imobiliária se responsabiliza pela comercialização dos lotes e por deixar as áreas públicas previstas no projeto, entretanto não se responsabiliza pela ocupação desordenada essas áreas, a exemplo de avenidas e espaços para praças.
O corretor de imóveis Alexsander Barbosa mora no loteamento há duas décadas e conhece de perto a realidade. "O trecho ocupado não se trata de nenhuma área verde, mas é uma via pública, para locomoção das pessoas que moram na comunidade ou visitantes. Mas há pessoas que estão fazendo sítio, fechando a passagem para as ruas, sem pensar no coletivo, sem raciocinar pelo bem de toda comunidade. Mas chegou o momento dos moradores se unirem para cobrar a solução desse problema", afirma.
Ao longo dos anos, a via foi sendo ocupada desordenadamente. Não há moradias na localidade. O espaço onde seria a avenida passou a ser cercado, e subdividido em pequenos terrenos. Como a avenida fica em um terreno com características de vargem, normalmente as áreas cercadas são utilizados para plantação de capim. As cercas e as plantações impendem a circulação das pessoas e de veículos.
De acordo com os moradores, a comunidade buscou um entendimento com os ocupantes da área para sensibilizá-los de que a área é publica e destinada para mobilidade. Houve pedido para que a área fosse desbloqueada para garantir o acesso dos moradores, mas não houve sucesso no diálogo para solução do caso.
Diante do impasse e impossibilidade do final dos transtornos causados pelo fechamento irregular da avenida, os moradores se mobilizaram e organizaram um abaixo-assinado, entregue ao vereador Fabrício Brito, presidente da Câmara de Vereadores de Surubim.
"Os moradores dessas ruas nos apresentaram uma reinvindicação documentada, legitimada por 150 assinaturas. Apresentamos a demanda dos moradores no plenário e a Casa Legislativa acolheu. A Câmara aprovou o requerimento e já encaminhou ao Executivo. A mobilização popular é sempre importante e, com certeza, trará essa conquista", destaca o vereador.
A dona de casa Fabiana Barbosa fez questão de assinar o documento. Com a avenida aberta, a vida dela teria caminhos mais curtos. “Assinei o abaixo-assinado porque é para melhor as nossas ruas, que estão precisando ser abertas. Se abrir essa avenida, vai encurtar mais nosso trajeto, porque quando eu venho do trabalho, principalmente no horário de almoço, é muito corrido porque tenho que dar uma volta enorme para chegar em casa", reclama.
Dona Josefa do Carmo tem 70 anos, e há 17 mora na rua Alice Maria França. Para a aposentada a abertura da avenida vai tornar bem mais simples a vida de que precisa se deslocar para avenida Paulo Pessoa Guerra. "A gente não tem passagem para a avenida [Paulo Pessoa Guerra] porque a rua é interrompida. Quero morar aqui por mais e mais anos, então quero ver o melhoramento com a avenida aberta, para a vida dos moradores melhorar também, porque aqui só tem gente boa e bons vizinhos", completa a aposentada.
Já a líder comunitária Ana Lúcia Barbosa destaca a importância da mobilização popular para comunidade atingir seus objetivos. "Foi muito importante a participação das pessoas no abaixo-assinado. Falamos para as pessoas da construção desse documento coletivo e fomos em busca das assinaturas. Todo mundo participou e muitos nos procuraram por iniciativa própria para assinar por esta importante e justa reinvindicação de toda comunidade", disse.
Aprovado pela Câmara de Vereadores, o projeto seguiu para Prefeitura para que tenha a execução viabilizada.
Fonte: Assessoria de Imprensa.