sábado, 30 de setembro de 2017

Surubim se orgulha do filho ilustre, mas prestigia pouco Chacrinha


Não há em Surubim quem não se sinta orgulhoso de ser conterrâneo de Abelardo Barbosa. O mero fato de ser terra natal do velho guerreiro faz de Surubim uma cidade diferente, muda a atmosfera do lugar e parece tornar a cidade do Agreste pernambucano mais colorida e alegre, como era Chacrinha.

José Abelardo Barbosa de Medeiros nasceu em 30 de setembro de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de junho de 1988, às 23h30, de infarto do miocárdio e insuficiência respiratória (tinha câncer no pulmão) aos 70 anos .

Neste sábado(30), dia em que se marca os 100 anos de nascimento do artista, é possível perceber que mesmo com grande orgulho por ser terra de onde brotou um dos mais reconhecidos artistas do país, é discreta a valorização do velho guerreiro em casa.      

Em Surubim, uma das poucas homenagens, está estampada na parede onde era a casa em que Chacrinha nasceu, e hoje funciona uma farmácia, um trabalho dos artistas surubinenses Danilo Leal e Thalita Rodrigues. 

Na cidade não há monumento ou escultura para homenageá-lo, por exemplo.


No centenário, as homenagens foram apenas pontuais, como tema do carnaval e de alegorias, inseridas no desfile cívico da emancipação municipal, comemorada no dia 11 de setembro.


EM VIDA - oficialmente, Abelardo Barbosa foi homenageado pelo Município em 1978, na gestão do então prefeito Antônio Barros, nas comemorações dos 50 anos de emancipação política de Surubim. Descerrou uma placa no local na casa em que nasceu e se apresentou para o povo em praça pública.


VÍDEO RARO DE CHACRINHA EM SURUBIM - este vídeo, sobre a carreira e o último adeus ao surubinense, traz imagens raras dele aqui na cidade. Traz ainda depoimentos de populares e parentes do velho guerreiro. Chacrinha fala da homenagem que recebeu do prefeito Antônio Barros e se emociona ao lembrar a mãe.  Confira :  




MAIOR GOLPE E COVARDIA - Primeiro veio um alerta muito sério, embora o aleta fora dado em tom muito sensível, pegando carona na canção, impresso na frente do museu, numa parede ainda cor-de-rosa.


Depois, toda tristeza do verbo definhar. "Povo sem memória, povo sem história"! Nem mesmo a triste sentença impressa na parede, agora pintada de preto, em sinal de protesto, extrema dor e luto, e que encobriu muito trabalho, dedicação e amor à terra, foram suficientes para sensibilizar a sociedade e o Poder Público e manter vivo o Museu Histórico de Surubim.

Criado para homenagear Chacrinha e outro filho ilustre da terra, Capiba, mas também para pesquisar e preservar a memória de todo município, era coordenado bravamente pela sobrinha do velho guerreiro, pesquisadora Mariza Barbosa, mas encerrou as atividades por falta de apoio.


"Não consegui apoio para reabri o Museu. O boicote, a inveja, a intolerância, a indiferença e a politicagem mataram o Museu Histórico de Surubim. A minha dor e o meu protesto por tamanha crueldade", denunciou.

O museu possuía um acervo muito rico em peças, com diversas roupas, objetos pessoais, fotos e reportagens impressas do artista. Encerrou as atividades definitivamente em 2002. Este ano, o prédio foi vendido pela família e demolido agora em setembro.

O acervo de Chacrinha é mantido pelo empresário João Batista, proprietário do hotel Cristal. A empresa iria fazer uma exposição para marcar o centenário do artista, mas teve dificuldades com a família dele. O hotel inclusive, presta uma homenagem a filhos ilustres de Surubim, expondo fotos na decoração. Depois do episódio, a de Velho Guerreiro foi retirada.

Da Redação.