sábado, 3 de junho de 2017

"Eu sou oposição e sei trabalhar: e se ela sair, quem vai assumir?",questiona a vereadora Ivete do Sindicato


Eleita pela oposição, a vereadora Ivete do Sindicato(PT) se tornou o centro do debate politico, ao não assinar o pedido de CPI para investigar compras feitas, com dispensa de licitação, pela Prefeitura de Surubim, comandada pelo PSB, como fizeram os colegas de bancada, sendo decisiva para a não implantação da Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Vereadores. Seriam necessárias cinco assinaturas para a CPI ser implantada. Assinaram o pedido, os vereadores dr.Vavá, Anabel Medeiros, Bana e Micherlan. 

A polêmica em torno do posicionamento da vereadora petista, em sintonia com a bancada da situação e com a gestão socialista, cria uma espécie de atitude política que, simbolicamente, poderia lembrar uma cobra de duas cabeças, pelas formas de pensar e de agir, na prática, tão antagônicas. A atitude criou ainda uma situação inusitada:enquanto eleitores da vereadora externaram decepção, partidários da prefeita elogiam a petista nas mídias sociais.

Mesmo com o PT fazendo oposição ao PSB, em vídeo divulgado nas mídias sociais, a vereadora destaca que a atitude foi tomada seguindo orientação jurídica do próprio PT, do Sindicato [dos Trabalhadores Rurais], da Fetape e da Cut. Em meio a polêmica, a petista frisa que é 'oposição' e que não quer 'servir de cavalo de batalha'. 

"Eu sou oposição e continuo sendo oposição. Em momento nenhum fiz acordo político com ninguém, nem sou situação no momento. Foi me pedido para que eu não assinasse no momento, claro que eu estou de olho, estou observando os fatos, eu vi tudo que foi apresentado, mas também eu não quero servir de cavalo de batalha para ninguém. Eu sou oposição e sei a forma de trabalhar", garante.

Ivete do Sindicato também destaca que, caso o Ministério Público ou o Tribunal de Contas do Estado, aponte irregularidades nas dispensas de licitações, ela revê o posicionamento.  


"Se de fato existir irregularidades, esses fatos serão apurados. O Tribunal de Contas vai dar um parecer para todos nós daqui da Câmara. E, se tiver mesmo [indícios de irregularidades], eu vou estar assinando, vou estar aprovando, eu sou oposição, vou estar investigando", promete.

RIXA - ao justificar por não votar com a bancada da qual faz parte, a vereadora Ivete expõe a rixa existente entre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e o ex-prefeito Flávio Nóbrega.

O sindicato foi decisivo na primeira eleição do ex-petista, mas depois rompeu. Na eleição municipal de 2012, o sindicato esteve ao lado da então candidata Ana Célia (foto acima). Com a saída do ex-prefeito do PT para o PSB, em 2016, os 'trabalhadores rurais' voltaram ao palanque petista.

A vereadora deixa claro que prefere que o destino do Município siga nas mãos da prefeita Ana Célia Cabral(PSB), legitimada pelas urnas.

"No momento é melhor que a gente deixe o governo [municipal] andar, para não haver um golpe, como aconteceu em Brasília. E se ela sair, que vai assumir?", questiona.

Dessa forma, a vereadora Ivete do Sindicato evidencia um posicionamento bem pragmático, pois ao rechaçar a CPI, afasta a possibilidade de um possível pedido de 'impeachment" da prefeita. Assim, objetivamente, a vereadora deixa claro não quer contribuir para que a Prefeitura passe a ser comanda pelo vice, Guilherme Nóbrega(PSB), e, na prática, pelo pai dele.

Da Redação.