quarta-feira, 5 de abril de 2017

SURUBIM: Qualidade da merenda da rede Municipal é questionada. Prefeitura comprou R$ 2,6 milhões em alimentos para escolas, com dispensa de licitação


Embora tenha comprado mais de R$ 2,63 milhões, com dispensa de licitação, em alimentos para merenda escolar, o alimento oferecido nas escolas da rede Municipal está sendo criticado nas redes sociais por pais de alunos.

De acordo com fotos postadas e compartilhadas pelos pais, e envidas para nossa reportagem, a merenda oferecida aos alunos está longe do recomendável pelos nutricionistas, balanceada e rica em nutrientes. As pessoas que conversaram com nossa reportagem, pediram para não terem os nomes revelados, sobretudo, as que trabalham nas escolas.



"Olha só o cardápio que seus filhos e os meus estão comendo nas escolas municipais de Surubim. Infelizmente recebem uma merenda de péssima qualidade", denunciou um pai nas redes sociais, postando fotos do alimento oferecido.

"Na escola Angelina Margarida, aqui no Santo Antônio, a merenda é ruim mesmo, quando 'tá' boa, oferecem rosquinhas. Até a semana passada, nem merendeira tinha", afirma uma mãe.



"É muito cuscuz com ovo e arroz com soja", lamenta outro pai de aluno.



"A merenda de qualidade é um componente muito importante para trazer o aluno à escola,  mas não é o que ocorre. É muito improviso, a escola se vira com o que tem: 'Faz macarrão com soja e ovo cozido hoje...é assim'. É preciso corrigir isso, a gente sabe que tem aluno que só vem para escola por conta da merenda", afirma uma professora. 

"Não tenho autorização para fazer fotos, mas na minha escola a merenda é de qualidade", garante uma funcionária, sem especificar os alimentos oferecidos.

"Se houver algo errado, é preciso apurar. Mas será que o secretário de Educação e a prefeita sabem, foram informados?", questiona um servidor.

"Na 'minha' escola a situação se normalizou. O cardápio era banana ou goiaba, e, quando variavam, bolacha doce. Mas chegou merendeira ontem", afirma uma professora.

SEM ÁGUA - Não se pode negar um copo d'água a ninguém, muito menos a uma criança. Mas outro problema revelado por uma professora é que "a rede Municipal não oferece água potável para os alunos. Nunca entendi isso. Saem da aula de educação física esgotados e sedentos e não tem água para beber na escola. Eles trazem de casa. Uma de minhas colegas professoras diz que 'eles podem tirar do bolsa família para comprar', inclusive, agora está gestora de escola. Os professores se cotizam e compram água mineral", acrescenta outra professora. 

SEM LICITAÇÃO - o vereador da bancada de oposição, Josivaldo da Silva, ou dr. Vavá (PDT), ingressou com uma representação no Ministério Público contra a prefeita de Surubim,  Ana Célia Cabral (PSB) por ter efetuado compras, sem licitação, com valores superiores a R$ 11 milhões, em um período de 40 dias

Entre as compras não licitadas, mais de R$ 2,6 milhões em alimentos, por um 'período de até 180 dias, ou até a conclusão do processo licitatório'.  



A 'empresa KF Cavalcanti - EPP' foi contratada 'para o fornecimento de alimentos não perecíveis, hortifrutigranjeiros e pães e bolos', pelo 'valor global de R$ 1.774.591,10 (um milhão, setecentos e setenta e quatro mil, quinhentos e noventa e um reais e dez centavos).

Já a empresa 'Apoena Comercio de Alimentos Ltda, para o fornecimento de alimentos perecíveis de origem animal', pelo 'valor global de R$ 863.090,00 (oitocentos se sessenta e tres mil e noventa reais).

OUTRO LADO - nossa reportagem marcou uma entrevista com a prefeita de Surubim, com nova assessoria de imprensa, entretanto, estranhamente, esta resolveu 'furar' a entrevista, divulgando uma nota oficial em blog partidário da prefeita.

O texto dia que "A gestão Ana Célia, ao assumir a Prefeitura em 01/01/2017, verificou que os contratos da gestão anterior haviam se encarregado, em sua grande maioria, em 31/12/2016, deixando a prefeitura desprovida de mão-de-obra,materiais e prestadores para garantir a oferta de serviços públicos essenciais para a população", afirmando ainda que "Todos os contratos firmados são de pagamento parcelado, com cláusula de morte súbita, de sorte que irão se encerrar tão logo as licitações sejam finalizadas, o que reforça que se prestam somente a atender a situação inicial de emergência".

A nota não esclarece, por exemplo, os critérios de escolha das empresas, nem o fato de cinco das sete empresas não serem de Surubim, dúvidas apontadas pelo vereador da oposição, dr. Vavá, em entrevista ao nosso Blog.

O Blog se coloca à disposição para possíveis esclarecimentos da Prefeitura de Surubim, sobre a qualidade da merenda oferecida nas escolas da rede Municipal.

Da Redação.