domingo, 29 de janeiro de 2017

SURUBIM: Nova Avenida, comunidade carente 'no quintal da Prefeitura', aguarda visita da prefeita e equipe de secretários


Não é nada fácil a vida nas comunidades carentes das cidades do interior. Em Surubim, no Agreste Setentrional pernambucano, pessoas desassistidas padecem pelo descaso do poder público, clamam por condições mínimas de qualidade de vida e sonham com a oportunidade de ter um emprego para garantir o sustento da família com dignidade.

Esta é a síntese da vida de centenas de pessoas simples que moram nos bairros da periferia. Recentemente, a prefeita Ana Célia Cabral (PSB) esteve no Loteamento Baraúnas e comunidades vizinhas, acompanhadas por secretários, para mostrar de perto aos auxiliares, a realidade do quotidiano sofrido vivenciado pelos moradores.

"Com certeza, vou a todas as comunidades de Surubim. Não pretendo governar apenas dentro do gabinete, pois se não estivermos ouvindo e sentindo o sofrimento do povo, com certeza não iremos acertar", afirmou a prefeita à nossa reportagem. 


NOVA AVENIDA - a comunidade da Nova Avenida tem uma característica que a diferencia das demais: a localização. Fica praticamente no quintal da Prefeitura de Surubim, a cerca de 500 metros da sede do Poder Executivo local. Os moradores aguardam ansiosos a visita da prefeita e da equipe de secretários.


A necessidade de melhoria nos serviços públicos fica evidente. Logo em um dos acessos, o lixo se amontoa em uma esquina. Os moradores também sofrem com a falta d'água e destacam que o local carece de investimentos em infraestrutura, com obras de saneamento e calçamento de ruas.

As pessoas frisam ainda que o posto de saúde precisa de funcionar melhor e lembram que a maioria precisa do amparo dos programas sociais do governo, e, sobretudo, de emprego.


O servente João Leandro, enfrenta as dificuldades provocadas pelo desemprego. Sobrevive fazendo bicos e sonha conseguir um emprego para garantir o sustento da família. Ele e a companheira, Laís de Souza, tem uma responsabilidade recém chegada: a pequena Letícia Sofia.

"É difícil demais conseguir emprego, a situação da gente não é nada fácil. Gostaria muito de poder trabalhar como gari, já tentei algumas vezes nos últimos dois anos, mas não consegui. Agora, vou tentar novamente e desse vez espero consegui para a gente dá uma vida melhor para ela", afirma.


A dona de casa Suzane Andrade Silva, 40 anos, diz que o abastecimento d'água dificulta muito a vida dos moradores. "Antes da eleição, chegou água duas vezes na semana. Depois, passa mais de mês para pingar na torneira e tem casa que não chega já há dois meses", reclama.

A vizinha dela, Camila Barbosa, 28 anos, nasceu na Nova Avenida. Acha complicado conviver com o Matadouro Público na localidade. "Deveriam tirar o matadouro daqui, afinal é dentro da cidade. O mau cheiro é terrível, a sujeira que faz, a fumaça, tudo isso prejudica a gente demais", diz.



A moradora Odete Ricardo, ou 'irmã Neta', como é conhecida na comunidade, destaca que as pessoas precisam de oportunidade e que a prioridade da localidade é calçamento. "Aqui é muita gente que precisa de emprego. Gostaria que viessem calçar a rua, pois no papel já foi calçada, mas na prática nada foi feito", lamenta.


Na rua Antônio de Souza Leal, por exemplo, quando chove, fica intransitável. "No dia que chove, as pessoas simplesmente não conseguem passar. Fica impossível atravessar para levar as crianças para escola por aqui, porque a lama e o esgoto invadem tudo", conta a moradora Maria Dolores de Lima, mãe de três filhos.


O funcionário público municipal José Fernandes Barbosa, mora há mais de três décadas na Nova Avenida, lembra que o posto de Saúde que atende a localidade não funciona plenamente. "A verdade é que a gente se sente desprezado. O posto de saúde nem sempre tem médico, e quando tem, falta o remédio. Aí fica difícil, poque aqui o povo é carente mesmo e não pode comprar", afirma.


Também moradora há mais de trinta anos da comunidade, a dona de casa Estelita Cesária ainda cultiva o hábito de varrer a rua na frente da casa. Acha que o lugar pode ser mais limpo e diz que a realidade das pessoas, normalmente, é de dificuldade e sofrimento. "Meu marido mesmo está desempregado. Aqui, é muito sofrimento e muita gente em trabalhar, muita mãe de família que precisa de ajuda, de um Bolsa Família, para dá comida aos filhos, e simplesmente não tem. É difícil", desabafa.

Embora tenha anunciado que vai visitar todas os bairros carentes com a equipe, a prefeita de Surubim, ainda não anunciou quando as outras visitas vão acontecer , nem se vai visitar a comunidade carente mais próxima da Prefeitura. Os 'vizinhos' aguardam ansiosos.






  Da Redação.