O
cantor recifense João do Morro lançou nas redes, na última semana, uma música
sobre a presidente Dilma Rousseff que vem causando polêmica. Intitulada
“Resposta para Dilma”, a letra critica os eleitores da petista e usa termos
pejorativos para acusá-la de ser responsável pela crise atual. “É por isso
que falam que não presto, tem gente que votou em Dilma e agora quer fazer
protesto”, diz um trecho “leve” da música.
O cantor também faz referências à suposta orientação sexual
da presidente e diz que ela precisa de um homem para resolver a situação do
Brasil. Confira a música:
Em nota
enviada nesta segunda-feira (30), o PT de Pernambuco repudiou a música de João
do Morro por “conteúdo violento, ofensivo e machista”. “A violência
contra as mulheres é coisa séria, senhor João do Morro. Desqualificar,
insultar, menosprezar e diminuir as mulheres são formas de perpetuar a opressão
e a violência vivenciada por elas no cotidiano”, diz a nota.
Veja
na íntegra:
Nota de Repúdio
Nós mulheres do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco, através
desta nota repudiamos a música de João Morro, de conteúdo violento, ofensivo e…
machista, com palavras de baixo calão dirigidas à Dilma Roussef, Presidenta da
República e às pessoas que nela votaram.
No Brasil ainda é muito recente a criminalização da violência
contra a mulher: em agosto de 2006 foi sancionada a lei 11.340, conhecida como
Lei Maria da Penha, que cria os mecanismos para punir esse tipo de crime e
coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres. Em março de 2015
foi sancionada a lei 13.104/2015 – a lei do Feminicídio que o classifica como
um crime hediondo e com agravantes quando acontece em situações específicas de
vulnerabilidade (gravidez, menor de idade, na presença dos filhos etc).
Segundo o Mapa da Violência contra a Mulher
(http://www.mapadaviolencia.org.br), entre 2003 e 2013 o número de vítimas do
sexo feminino passou de 3.937 para 4.762, incremento de 21% na década. Essas
4.762 mortes representam 13 homicídios femininos diários. Ainda segundo o
estudo, o Nordeste destaca-se pelo elevado crescimento de suas taxas nos
homicídios de mulheres no decênio: 79,3%.
A violência contra as mulheres é coisa séria, senhor João do
Morro. Desqualificar, insultar, menosprezar e diminuir as mulheres são formas
de perpetuar a opressão e a violência vivenciada por elas no cotidiano. É essa
cultura que tolhe e reprime a liberdade, a sexualidade, o direito de ir e vir
que submete diariamente as mulheres a todo tipo de violência.
É ainda pior quando lembramos que em 2015 a Organização das
Nações Unidas instituiu o 25 de Novembro como o Dia Internacional de Eliminação
da Violência contra as Mulheres, data que faz parte da campanha dos 16 dias de
ativismo.
Violência contra as mulheres não tem graça e nem faz rir.
Secretaria Estadual de Mulheres do PT/PE
Fonte: Blog de Jamildo / NE-10.